Região de Saúde Leste reúne cuidados para maternidade e primeira infância
A Casa de Parto de São Sebastião, o Programa de Estimulação Precoce e procedimentos de cirurgia e mão no HRL são alguns dos destaques. Com 307,2 mil habitantes, a população da Região de Saúde Leste – Paranoá, Itapoã, São Sebastião e Jardim Botânico – conta com serviços especializados de saúde que visam oferecer cuidados e atendimento humanizado. Um deles é o Programa de Estimulação Precoce, projeto de acompanhamento e mediação clínica em bebês de alto risco e em crianças de até 2 anos e 11 meses e 29 dias, com patologias ou desordem genética.
Arte: Agência Saúde-DF
A iniciativa, fundada em 2012, atende diariamente cerca de 12 crianças por profissional na Policlínica do Paranoá, localizada no Hospital da Região Leste (HRL) e acolhe crianças com diversas condições, desde prematuridade até síndromes genéticas. O tempo de tratamento varia de acordo com a condição, mas a abordagem precoce visa explorar ao máximo a neuroplasticidade.
“Normalmente, são crianças que chegam muito pequenas e não sabemos o grau de comprometimento que terão. Quanto antes iniciarem o tratamento, melhor”, explica a fisioterapeuta e fundadora do Programa de Estimulação Precoce na Região Leste, Gisele Tonini. “Na fisioterapia, por exemplo, visamos alcançar os marcos essenciais, como rolar, sentar, engatinhar e andar. Essa prática visa auxiliar a criança a conquistar cada habilidade necessária durante a primeira infância”, completa.
Fisioterapeutas, fonoaudiólogas e pediatra trabalham em conjunto para proporcionar sessões de 40 minutos repletas de brincadeiras e estímulos fundamentais para o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças. “Esse serviço tem uma equipe técnica diferenciada e muito humana. Existe um envolvimento pessoal na busca de resultados pelos pequenos usuários que são atendidos”, destaca a diretora de Atenção Secundária à Saúde, Jane Sampaio. A abordagem foca não apenas nas dificuldades, mas também nas conquistas, criando um ambiente positivo e acolhedor.
Participação da família
Confirmando os esforços dos profissionais, Cícera Maria da Conceição, mãe do pequeno Daniel Josué, de nove meses, lista os avanços do filho. “Percebo que ele está evoluindo bem. Antes, ele não mexia muito e agora ele rola na cama e no berço. Temos que abraçar esse tratamento que a Secretaria de Saúde oferece, pois o filho estando bem, nós também ficamos”, opina.
O HRL é referência em cirurgias de coluna. Em funcionamento há 11 anos, a unidade realizou uma média de 370 procedimentos até outubro de 2023 | Foto: llla Balzi/Agência Saúde-DF
O acompanhamento inclui orientações aos responsáveis para atividades em casa, fortalecendo a colaboração entre profissionais e familiares. Além das conquistas motoras, há estímulo à linguagem. “Focamos no desenvolvimento da autonomia da criança, estimulamos o contato visual e a compreensão. Isso inclui a orientação de reduzir o tempo diante das telas, evitando que ela fique muito tempo em casa, o que poderia causar estresse e desencadear alterações comportamentais”, exemplifica a fonoaudióloga Érica Brasil.
Maria Alice, de 3 anos, que possui síndrome de Down, passou pela fisioterapia e agora recebe acompanhamento fonoaudiológico pelo programa. “Ela gosta de jogar futebol, de correr para lá e para cá, então sempre a levo para brincar. O tratamento é excelente, pois ela evoluiu bastante. Antes era agitada e, hoje em dia, está bem mais calma”, conta o pai, Denes Melo.
O Programa de Estimulação Precoce atende crianças nascidas no HRL e encaminhadas diretamente, além daquelas provenientes de outras unidades de saúde da Região Leste, mediante regulação.
Gestação e parto
Inaugurada em 2009, a Casa de Parto de São Sebastião é referência para partos normais de baixo risco na região. “Nós temos uma ambiência que favorece o parto natural e uma equipe apta a oferecer uma assistência humanizada e segura, na qual evitamos intervenções desnecessárias, o que proporciona à mulher o protagonismo no seu trabalho de parto”, conta a gerente do local, Luciana Moreira.
O pequeno Daniel Josué é um dos pacientes do Programa de Estimulação Precoce. A mãe relata os avanços já conquistados, como rolar na cama e no berço | Foto: Karinne Viana/Agência Saúde-DF
Até outubro de 2023, a equipe, formada por 13 enfermeiros obstétricos e 13 técnicos em enfermagem, registrou 368 nascimentos. Para garantir a segurança das mulheres e dos bebês, a unidade segue um protocolo rigoroso, no qual, se a gestante apresentar alguma patologia ou indicação específica de assistência médico hospitalar, há uma ambulância disponível para encaminhá-la ao hospital.
O local possui quatro salas amplas equipadas com várias opções para a mãe ter o bebê, como cama, banqueta e, em um dos espaços, há uma banheira, para realização de parto na água.
Durante o trabalho de parto, são adotados recursos facilitadores que proporcionam alívio da dor, por exemplo, caminhar no ambiente, tomar banho morno, fazer exercícios com bola usada para pilates e o aparelho chamado cavalinho. Tudo isso sempre com o acompanhamento constante da equipe. “Avaliamos a evolução do trabalho de parto para garantir o bem-estar da mãe e do bebê. No momento do nascimento, a mulher terá a liberdade de escolher a posição adequada e confortável para o parto, seja sentada, em quatro apoios ou até mesmo na água”, explica a gerente.
Experiência humanizada
Há dez anos, Luana Pereira, de 33 anos, deu à luz seu primogênito, Micael, na Casa de Parto. “A equipe me recebeu muito bem e me apoiou o tempo todo”, relembra. Em 2021, a família se preparou para a chegada do pequeno João Miguel. “Torci muito para não ter complicações e precisar ir para outro lugar, porque eu queria ganhar lá de novo”, conta.