'Naja de Brasília': Após quase 3 anos, quatro pessoas são condenadas no DF
Mãe, padrasto e amigo do estudante de veterinária Pedro Krambeck, que foi picado por cobra mantida ilegalmente em apartamento tiveram penas convertidas em serviços comunitários. As condenações são por crime ambiental, fraude processual e corrupção de menores.Após quase três anos, a justiça do Distrito Federal condenou quatro pessoas envolvidas no caso que ficou conhecido como "Naja de Brasília". O estudante de veterinária Pedro Henrique Krambeck Lehmkul, a mãe dele, o padrasto e um amigo foram condenados por crime ambiental, fraude processual e corrupção de menores (saiba mais abaixo).
Cabe recurso da decisão. Até a publicação desta reportagem, apenas a advogada de Gabriel Ribeiro de Moura, amigo de Pedro Krambeck, havia se pronunciado. Ela disse que "estuda a possibilidade de apresentar recurso ao Tribunal quanto a pena imposta" (veja nota ao final da reportagem).
A sentença foi publicada nesta sexta-feira (5), e as penas convertidas em prestação de serviços comunitários. O caso ocorreu em julho de 2020, quando Pedro Krambeck foi picado por uma naja que criava ilegalmente em um apartamento, na região do Guará.
O estudante foi parar no hospital e a cobra foi solta perto de um shopping, em Brasília. A investigação policial descobriu a criação de serpentes exóticas e pelo menos 16 cobras criadas ilegalmente foram apreendidas no Distrito Federal.
À época, a Polícia Civil indiciou 11 suspeitos de tráfico de animais silvestres e o Ministério Público denunciou quatro pessoas, que agora foram condenadas. São elas:
Pedro Henrique Krambeck Lehmkul: condenado por crimes ambientais como vender e manter em cativeiro espécies exóticas, além de maus-tratos contra animais. A pena de 14 meses de prisão em regime aberto foi convertida em prestação de serviços comunitários;
Rose Meire Lehmkuhl (mãe de Pedro): condenada por crimes ambientais, fraude processual e corrupção de menores. Pena convertida em prestação de serviços comunitários;
Tenente-coronel da PMDF Eduardo Condi (padrasto de Pedro): condenado por fraude processual e corrupção de menores. Pena convertida em prestação de serviços comunitários;
Gabriel Ribeiro de Moura (amigo de Pedro e colega no curso de veterinária): condenado por fraude processual e corrupção de menores. Pena convertida em prestação de serviços comunitários.Após ser picado pela naja, no dia 7 de julho de 2020, o estudante de veterinária Pedro Krambeck ficou cinco dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular de Brasília. Com 22 anos à época, ele criava a serpente de maneira ilegal, em casa, segundo a investigação da Polícia Civil do DF.
A cobra foi abandonada perto de um shopping, no Lago Sul, e resgatada pela Polícia Militar Ambiental. Depois, ela ficou sob os cuidados do Zoológico de Brasília, assim como outras 16 serpentes apreendidas em um haras, na região de Planaltina.
O animal ganhou fama nas redes sociais e participou até de um ensaio fotográfico. Como o zoológico não poderia ficar com o animal exótico – originário de regiões da África e da Ásia – a serpente foi levada para o Instituto Butantan, em São Paulo.