Justiça do DF aceita denúncia e ex-diretor-geral da Polícia Civil vira réu por 7 crimes

17/11/2023 08:24

Delegado Thiago Peralva também vai responder na Justiça por 3 crimes. G1 tenta contato com defesas dos investigados. A Justiça do Distrito Federal aceitou, nesta sexta-feira (17), a denúncia contra o ex-delegado-chefe da Polícia Civil do Distrito Federal Robson Cândido. Ele está preso desde o dia 4 de novembro, suspeito de perseguir a ex-namorada. Thiago Peralva, ex-delegado da 19ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia, também virou réu por suspeita de envolvimento no caso. Eles vão responder pelos crimes:

Robson Cândido: stalking ou perseguição, violência psicológica, descumprimento de medida protetiva de urgência, peculato (por 3 vezes), participação em corrupção passiva, participação em interceptação telemática ilegal e violação de sigilo funcional;
Thiago Peralva: participação em stalking, corrupção passiva e interceptação telemática ilegal.A prisão de Robson Cândido foi cumprida pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), que também cumpriu mandados de busca e apreensão na 19ª Delegacia de Polícia, na casa do delegado Thiago Peralva e de Robson Cândido. Foram apreendidos celulares, notebooks e pendrives. A Corregedoria da corporação acompanhou as buscas na delegacia.

O delegado deixou a direção da corporação em outubro deste ano após ser acusado de crimes relacionados à Lei Maria da Penha. Segundo as investigações, a estrutura da Polícia Civil — como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos e carros oficiais — era usada para fins ilícitos e particulares.Ainda segundo os promotores, os investigados na operação deste sábado interceptaram as ligações telefônicas da ex-amante de Robson Cândido para monitorar a localização dela em tempo real. Dessa forma, teriam sido praticados os crimes de stalking e violência psicológica, aponta a investigação.

O Ministério Público afirma ainda que o delegado da 19ª Delegacia de Polícia, Thiago Peralva, teria inserido o número da mulher em uma interceptação telefônica em curso, que apurava crime de tráfico de drogas.

A operação foi coordenada pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e do Centro de Inteligência do MPDFT.