Izidio Santos Junior, engenheiro e presidente da Terracap, está em busca de dignidade habitacional e social para a população do DF
ENGENHARIA SOCIAL
À frente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (TERRACAP), o engenheiro Izidio Santos Junior, é um gestor cuja história se confunde com a busca por “dignidade habitacional” – como diria um eterno poeta da Central de Jornalismo da Rodovias&Vias – no Distrito Federal. Tendo desempenhado funções tanto na iniciativa privada, quanto no setor público, ele também é um profundo conhecedor das necessidades da vida, onde ela de fato ocorre: nos bairros, atuando fortemente em iniciativas urbanísticas e projetos importantes para a cidade de Brasília, como as obras de infraestrutura no Setor Habitacional Vicente Pires, Sol Nascente e Bernardo Sayão, ações para melhor aproveitamento de espaços públicos como as da Praça da Juventude do Itapoã, a implantação de iluminação pública de maior eficiência em diversas cidades do DF, os alargamentos do viaduto da EPTG (Estrada Parque Taguatinga – DF-085) e EPCT (Estrada Parque Contorno – DF-001), bem como a revitalização de segmentos importantes da W3, um dos eixos principais do plano piloto.
“Os lucros que a TERRACAP obtém nesse gerenciamento e comercialização de áreas públicas, que por sinal são a sua maior atividade, são revertidos, por previsão estatutária, em infraestrutura. Estamos aqui para isso.”
R&V: O GDF tem passado por uma grande requalificação de suas infraestruturas, em um conjunto de ações que transcende as intervenções no viário. Antes, ela é também constituída por uma ampliação da oferta de serviços à população. Neste contexto, qual a participação da TERRACAP nestes ganhos verificados na capital e no DF?
Izidio Santos Junior: É importante, antes, nós pontuarmos a TERRACAP, como uma empresa que não possui similares em outras unidades da federação. Uma empresa criada na década de 70 para gerenciar as terras públicas, sendo alçada depois à condição de uma Agência de Desenvolvimento. É uma empresa S.A. pública de capital misto, com dois acionistas, um na figura do Governo Federal e outro o Governo do Distrito Federal, com 51% das ações. É importante ressaltar que 100% da receita da empresa é proveniente dos seus negócios, que incluem concessões como a do próprio estádio nacional e da torre digital, são outros ativos além da venda dos lotes, promovidos pela regularização. Aliás, os maiores equipamentos do DF, como o Autódromo Internacional Nelson Piquet, são patrimônio da empresa. Daí as concessões, que não são parte do nosso core business. Os lucros que a TERRACAP obtém nesse gerenciamento e comercialização de áreas públicas, que por sinal são a sua maior atividade, são revertidos, por previsão estatutária, em infraestrutura. Estamos aqui para isso. Então, empreendemos muito em infra. A TERRACAP faz bairros inteiros, é importante lembrar, como Águas Claras, Sudoeste, Noroeste, Riacho Fundo e Samambaia. Além disso, com a outra parte dos lucros, o excedente, são portanto, reinvestidos em infraestrutura, por meio, inclusive de convênios com o DER-DF, com a Secretaria de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal (SODF), a NOVACAP e claro, obras próprias da TERRACAP. Por sinal, o maior empreendimento onde a empresa está atualmente envolvida, uma das maiores obras em andamento no DF, é uma obra de drenagem no Plano Piloto, na Asa Norte, onde tínhamos o problema com as enchentes e era necessário disciplinar as águas. É a primeira etapa deste grande programa de drenagem, que nós estamos executando. É o “Drenar DF”. E a TERRACAP é que está à frente dele. É inclusive, uma obra que há pelo menos duas décadas já se cogitava. E até nossa gestão, nunca se havia conseguido tocar em diante, por características e situações próprias do DF, por que nossa área central é toda tombada. E, existiam alguns complicadores neste processo, como a própria bacia ali existente, que foi projetada. Então, a TERRACAP pegou esse projeto para poder criá-la dentro de um parque, com todas as aprovações necessárias, inclusive do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – que aprovou o projeto nas faixas 1 e 2, uma bacia muito grande, que vem do estádio até próximo ao lago, chegando ao Iate Clube. Uma bacia de qualidade, que decantará toda a sujeira captada, ao contrário do que ocorre hoje, em que simplesmente se repassa todas as sujidades das vias públicas direto para o lago. São 7.700 metros de galerias, executadas por métodos não destrutivos – tunnel line – e que está praticamente 50% já completada, com previsão de entrega antes do período de chuvas de 2024. Somente essa obra tem comprometidos R$ 174 milhões em investimentos da TERRACAP, divididos em 5 contratos.