Instituída comissão que vai elaborar plano para episódios críticos de poluição do ar no DF
Composto por 17 órgãos do GDF, o grupo ficará responsável por propor ações para ampliar e modernizar a rede de monitoramento da qualidade do ar do Distrito Federal; na tarde desta segunda-feira (26), foi registrada a redução do número de poluentes na atmosfera
Composto por 17 órgãos do GDF e sob coordenação do Instituto Brasília Ambiental, o grupo terá como responsabilidade propor ações de ampliação e modernização da rede de monitoramento da qualidade de ar do DF. A comissão terá um prazo de 90 dias para a elaboração das propostas.
Especialistas explicam que a fumaça no DF vem de outros estados afetados pelas chamas. No DF, os focos de incêndio estão controlados | Foto: Renato Alves/ Agência Brasília
O objetivo é deixar a cidade preparada caso aconteça novamente uma situação semelhante. Essa foi a primeira vez que Brasília enfrentou a forte redução do Índice de Qualidade do Ar (IQAr), que chegou a ser classificado de ruim a péssimo para material particulado (poeira, fumaça ou fuligem).
Integram a comissão os seguintes órgãos, além do Brasília Ambiental: Casa Civil (Caci-DF), Secretaria de Governo (Segov), Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema), Secretaria de Segurança Pública (SSP), Secretaria de Saúde (SES), Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), Secretaria de Comunicação (Secom), Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), Secretaria de Economia (SEEC), Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), Departamento de Trânsito (Detran) e Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Redução dos poluentes
O Índice de Qualidade do Ar do DF apresentou melhora nesta segunda-feira. Segundo a medição colhida às 15h desta tarde na Estação de Monitoramento da Qualidade de Ar do Brasília Ambiental, na Fercal, a concentração de poluentes teve uma redução significativa. Com o monitoramento da qualidade do ar, o GDF decidiu manter as aulas nas escolas públicas.
Na noite de domingo, o registro foi considerado péssimo, com 168,6 microgramas/m3 e de 226,5 microgramas/m3. Enquanto esta tarde, o índice caiu para 31,04 microgramas/m3 e de 62,98 microgramas/m3. O número ainda é considerado ruim na classificação por levar em consideração as médias da concentração nas últimas 24 horas. No entanto, demonstra a tendência de diminuição dos poluentes presentes no ar.
Segundo informado pelo meteorologista Carlos Henrique Rocha, do Brasília Ambiental, a previsão é que a cortina de fumaça permaneça no DF até terça-feira. “A previsão é que quarta [28] ou quinta [29] isso se normalize. Tivemos uma noite complicada, com a qualidade do ar péssima, e hoje estamos na classificação ruim, então houve uma melhora”. De acordo com o especialista, não há previsão de chuva para os próximos dias.
A exposição a esses níveis de poluição pode causar sintomas graves, como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta, além de falta de ar e respiração ofegante. Esses efeitos podem ser ainda mais severos em crianças, idosos e pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares.
Conscientização
Apesar dos poluentes no ar do DF não terem relação com os incêndios florestais registrados na capital federal, o GDF pede à população que não faça nenhum tipo de queimada e que informe o Corpo de Bombeiros quando um foco de incêndio seja identificado pelo 193.
Além do monitoramento 24 horas realizado por inteligência artificial, que detecta precocemente fogo ativo ou fumaça, o DF dispõe, por meio da Operação Verde Vivo, de 500 bombeiros, 27 caminhonetes, 24 caminhões-tanque, 22 caminhões de transporte da tropa, dois aviões e dois helicópteros para o combate aos incêndios florestais. Entre maio e julho deste ano, a operação já contabilizou 3.368 ocorrências desta natureza.
Em abril deste ano, o governo decretou estado de emergência ambiental no DF para o período de junho a novembro. A publicação da norma possibilitou a preparação dos órgãos que compõem o Sistema Distrital de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais que executa o Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Distrito Federal (Ppcif) para otimizar recursos humanos e materiais em relação às queimadas.