Idosos e grupos prioritários recebem vacina bivalente contra a covid-19
Comemorar 60 anos de casados não é para qualquer um, mas Tomásia e João Cavalcante querem alcançar esse feito. Para isso, eles contam com amor e com a proteção das vacinas. Hoje, o casal foi até a UBS 1 do Guará para receber a dose bivalente contra a covid-19. “A gente queria vacinar de qualquer forma”, conta João. A importância dos imunizantes é bem conhecida pelos dois. Contaminada pela covid-19 quando havia tomado só a primeira dose, Tomásia precisou ser internada. Da segunda vez, enfrentar a doença foi bem diferente. “Em junho do ano passado eu tive covid, já com a quarta dose, e foi mais leve”, lembra.
Somente na UBS 1 do Guará, mais de 200 pessoas tomaram a vacina bivalente contra a covid-19 nesta segunda-feira. A sala de vacinação da unidade também conta com outros imunizantes, como para febre amarela e tétano, que podem ser aplicados junto com a bivalente. “Quando a pessoa vem é a hora de a gente aproveitar para completar algum esquema vacinal incompleto”, afirma o enfermeiro Matheus Neves. Ansiosa pela vacina, Teresa Vieira Oliveira, 76 anos, acompanhou atenta a movimentação dos profissionais de saúde. “Faz bem, a gente se sente mais segura. Se a gente não tomar, fica sempre com medo.”
A lembrança de tempos mais difíceis, no início da pandemia, quando as visitas dos familiares ficaram comprometidas por medida de segurança, é algo que ela não quer mais viver. “A minha família pegou e, então, demorou muito para poder me visitar [na época]”, rememora.
Há nove anos residindo no Lar Maria Madalena, Josefa Alves, 78, avisou logo à equipe de saúde sobre o seu pavor de agulha. “Eu tenho medo, mas tomo todas as vacinas. Nunca peguei doença aqui. Acho bom que tragam até aqui, para todo mundo ficar saudável”, conta. Se alguém tiver alguma dúvida ou hesitação, a ex-cozinheira responde prontamente: “Não tive nenhuma reação forte, sono foi o que eu senti das outras vezes”.Equipes de saúde do governo levam doses aos que estão em instituições de longa permanência. No Lar Maria Madalena, 134 moradores foram imunizados nesta segunda-feira (27), além de 299 funcionáriosA vacinação com a versão bivalente do imunizante da Pfizer contra a covid-19 começou a ser aplicada em idosos e grupos prioritários no Distrito Federal. Nesta segunda-feira (27), 84 unidades básicas de saúde (UBSs) e um posto drive-thru atendem ao público-alvo: pessoas com mais de 70 anos, pessoas em instituições de longa permanência a partir de 12 anos e os trabalhadores dessas unidades, imunocomprometidos, moradores de comunidades indígenas, ribeirinhos e quilombolas. O público-alvo total desta primeira fase da vacinação bivalente no DF engloba cerca de 190 mil pessoas. Confira aqui os postos de vacinação. Necessitando de atendimento diferenciado, pessoas acolhidas em instituições de longa permanência para idosos (Ilpis) já receberam a visita de equipes da Secretaria de Saúde (SES). No Instituto Integridade, que abrange o Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Núcleo Bandeirante, 134 idosos e 299 funcionários tomaram a dose bivalente.
“Essa vacina atua contra novas cepas, reforçando a proteção contra as formas graves e os óbitos. É importante imunizar a população idosa, especialmente quem está em instituições, em local fechado, onde há mais propensão da propagação viral”, explica a chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Região Centro-Sul, Meire Brandão. No total, o DF recebeu quase sete mil doses para atender as pessoas que estão em Ilpis e os trabalhadores dessas instituições.
A equipe da UBS 1 do Núcleo Bandeirante é a responsável pelo atendimento no local. A enfermeira Gislaine Rosário ressalta que essa não é uma ação pontual, mas rotineira. Além de prestar atendimento regular aos institucionalizados, a unidade está sempre presente para imunizações de rotina. “Eles são parte do público da nossa região [de saúde] e recebem nossa atenção para qualquer tipo de assistência”, destaca.
Os trabalhadores do instituto, que também receberam a imunização, ajudaram a acalmar os idosos e organizar a vacinação. “É muito importante imunizar a equipe que cuida, que está aqui em contato diário. A maior prevenção vem de nós, funcionários, que entramos e saímos daqui toda hora e temos o risco de transmitir [a doença]”, comenta o enfermeiro-chefe do Instituto Integridade, Diogo Victor Pinheiro. Em 2023, segundo ele, nenhum institucionalizado morreu acometido pela covid-19, e os casos recentes foram de sintomas leves.