Greve dos professores preocupa deputados distritais
A sessão ordinária da Câmara Legislativa desta quarta-feira (03) foi marcada pela repercussão da greve dos professores do Distrito Federal, com previsão de início esta quinta-feira (4). Após tentativas fracassadas de negociação entre o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) e o Governo do Distrito Federal, a assembleia da categoria decidiu pela paralisação das atividades até que suas demandas sejam atendidas pelo governo.
O líder do governo na Casa, deputado Robério Negreiros (PSD), alegou que a reestruturação solicitada pela categoria é inviável. “Do jeito que a reestruturação está posta, é impagável. O governo não tem dinheiro. Temos 34.735 servidores efetivos e mais de 27 mil aposentados. O impacto é grande”, explicou. Robério disse também que reconhece o direito de greve dos trabalhadores, mas pediu ao sindicato que reconsidere a decisão pela paralisação. “A reestruturação da carreira dos professores é justa, mas faço um apelo ao sindicato. O diálogo melhora sem a greve. Temos que encontrar uma saída, que pode ser a incorporação de gratificações”, sugeriu.
O deputado Iolando (MDB), vice-líder do governo, se colocou à disposição para buscar uma saída negociada junto ao governo. “Não podemos deixar de ouvir os professores”, afirmou. Para o deputado Wellington Luiz (MDB), presidente da Casa, “a greve é legítima e constitucional e cabe ao parlamento dialogar com a categoria em busca de uma solução”.
Gabriel Magno (PT) ressaltou que a solução agora é responsabilidade do governo. “A saída está nas mãos do governador. Ele precisa negociar. Quando o governo apresentar a proposta, a greve poderá ser suspensa, e não o contrário”, argumentou. Ricardo Vale (PT) cobrou mais diálogo do GDF. “Se não quer dialogar com a categoria, poderia ter se posicionado pelas redes sociais ou pela imprensa. A greve só acontece quando falta diálogo”, disse.
A deputada Paula Belmonte (Cidadania) pediu ao governo que ouça as demandas dos professores e lembrou como a greve é prejudicial para todos. “Não podemos deixar a família brasiliense sofrer o impacto de uma greve. Muitas crianças já foram prejudicadas na pandemia. O ensino na primeira infância não pode ser reposto e isso prejudica a alfabetização das nossas crianças”, afirmou.
Fábio Félix (PSOL) chamou a atenção para os baixos salários da categoria. “Os professores são os que recebem os piores salários entre todas as categorias de servidores. A carreira precisa ser reestruturada”, defendeu. O distrital também ressaltou que condicionar o diálogo ao fim da paralisação é inadequado. “O governo dizer que não vai dialogar enquanto houver greve é um método ruim, pois a greve é um direito constitucional e só ocorreu porque o governo não abriu antes a porta para o diálogo”, observou.
Eder Wen - Agência CLDF