GDF retira mais de 55 mil toneladas de resíduos em 3,5 mil km da rede de drenagem
Ações, executadas com auxílio da tecnologia, visam evitar alagamentos com a chegada das chuvas; prevenção também contou com poda de mais de 500 árvores. Enquanto os brasilienses aguardam ansiosos pelo fim da estiagem, o Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha para atenuar os impactos e fazer com que a volta da chuva seja um momento apenas de comemoração. Em todo o DF, são executados serviços para evitar qualquer tipo de transtorno — como alagamentos e queda de árvores — à população.
Hoje, o DF conta com 3,5 mil km de redes de drenagem prontos. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) tem atuado na desobstrução dessa rede — incluindo as cerca de 100 mil bocas de lobo espalhadas por todas as regiões administrativas —, priorizando as áreas com histórico de alagamento. Desde o início do ano, foram retiradas da rede mais de 55 mil toneladas de resíduos, que vão de folhas e gravetos a placas de carro, pedaços de madeira, calotas de carro e pedaços de sofá. A limpeza é feita com o auxílio de muita tecnologia, como robôs de videoinspeção e caminhões desobstruidores.“O robô vai mostrar a situação da rede, se tem obstrução, se ela está quebrada — muitas vezes por raízes —, o que nos leva a fazer uma intervenção rápida. Os caminhões também trabalham com muita tecnologia. Eles injetam a água primeiro, o que possibilita o trabalho de puxar tudo que tem de impureza, de detrito, de sujeira de dentro da rede. [Depois, ele] lava esses detritos e devolve a água limpa para a rede. Cada caminhão tem 20 mil litros de capacidade. Antes, tudo isso era feito de forma manual”, pontua o presidente da Novacap, Fernando Leite.Leite ainda destaca a poda de árvores em todas as regiões: “Um trabalho que tem que ser feito permanentemente, a poda e a supressão daquelas árvores que já estão no final de vida, o corte de galhos, limpeza de folha, tudo aquilo que pode ser carregado para a boca de lobo e para as redes de drenagem. Nós começamos esse trabalho já no mês de julho e já devemos ter feito a supressão de quase 400 árvores e a poda de quase 500 árvores. É um trabalho intenso em todo DF”.
AmpliaçãoAlém da manutenção do que já existe, a rede de drenagem vem sendo ampliada. O secretário de Obras e Infraestrutura, Valter Casimiro, detalha que, a pedido do governador Ibaneis Rocha e da vice-governadora Celina Leão, houve a execução do programa Drenar DF na Asa Norte, além da construção de novas redes em regiões que passam por urbanização a fim de evitar alagamentos no período das chuvas.
“No período de estiagem agora, a gente pediu para que [os trabalhos] fossem acelerados, colocassem mais turnos. Os principais pontos foram feitos e a gente, agora, está na fase de pavimentação para que [a chuva] também não leve, não carregue esse material que a gente colocou por cima para os sistemas de drenagem e interrompa esse sistema”, descreve.
“Os órgãos estão trabalhando em várias frentes de forma integrada, com ações preventivas e estruturantes, com o objetivo de preparar todo o DF para o período chuvoso que se avizinha”
José Humberto Pires de Araújo, secretário de Governo
Esse trabalho preventivo é feito de forma conjunta e transversal, como destaca o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo: “Os órgãos estão trabalhando em várias frentes de forma integrada, com ações preventivas e estruturantes, com o objetivo de preparar todo o DF para o período chuvoso que se avizinha”.
Além dos trabalhos de infraestrutura, drenagem e poda de árvores, a atuação permanente da Defesa Civil complementa a integração entre os órgãos com o mapeamento e monitoramento das áreas de risco, e com plano de ação para mitigar riscos e enfrentar eventuais transtornos à população e às cidades.Previsão
Nesta quinta-feira (26), o DF completou 156 dias sem chuvas — o último registro foi em 23 de abril. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esta é a segunda maior estiagem da história da capital federal, atrás apenas de 1963, quando houve um período de 163 dias de seca.
Ainda de acordo com o Inmet, há previsão de chuvas para o próximo fim de semana. Essas primeiras precipitações, no entanto, devem ser de baixa intensidade e curta duração, além de atingirem apenas áreas isoladas. O período chuvoso só deve se firmar mesmo no fim da outra semana, já nos primeiros dias de outubro.
Por enquanto, o DF está em alerta de perigo potencial para a baixa umidade: a mínima pode chegar a 15%, enquanto a máxima não passa de 50%. A previsão para os próximos dias também é de muito calor. A temperatura máxima pode chegar a 34ºC e a mínima estará sempre acima dos 20°C.