Garis têm cuidados especiais para proteção contra sol e seca
Apesar das chuvas recentes, nesse período do ano o calor e a seca marcam os dias no Distrito Federal e acendem alertas para mais cuidados com a saúde. Especialmente quando se trata de trabalhadores que sofrem com a exposição ao sol ao ir para a rua fazer serviços essenciais, como os garis.
O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) adota várias medidas de proteção aos trabalhadores e atendeu ao pleito do sindicato, autorizando que os serviços fossem iniciados uma hora mais cedo, com o objetivo de reduzir a exposição ao sol dos funcionários das empresas contratadas. Os profissionais de coleta atuam em dois turnos, um que inicia às 7h e vai até as 15h20; e outro que inicia às 16h e segue até 0h. Com a adequação, os trabalhadores que fazem varrição, catação e frisagem poderão entrar às 6h e sair às 14h20.De acordo com a chefe da Unidade de Mediação e Monitoramento do SLU, Andrea Almeida, o turno de 16h não terá alteração, visto que o pico do calor se dá até as 15h. “Se a empresa reduzisse a carga horária, por exemplo, teria que reduzir o salário. Além de que não dá para suspender a jornada de trabalho, porque é um serviço essencial. Então essa foi a solução que o SLU achou e a gente faz o máximo para evitar essa exposição e problemas na saúde”, ressalta Andrea.
Em todos os períodos de seca, o SLU toma medidas para proteção dos profissionais, previstas na circular nº 17/2022 (SLU/PRESI/DILUR), de 14 de setembro de 2022. Entre as orientações, está o reforço ao uso de todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) para proteção contra a radiação solar – como uniformes de manga longa, bonés e touca árabe.De acordo com o SLU, o uso do protetor solar deve ser oferecido pelas empresas contratadas; água é fornecida aos funcionários em todas as unidades de apoio das empresas contratadas e há também a disponibilização de soro fisiológico para hidratação dos olhos e vias aéreas.
O órgão também orienta os trabalhadores para levar garrafas de água e fazer a hidratação durante a execução dos serviços, além de incrementar as refeições com frutas e legumes.
Kit Seca
A varredora Valdirene Rosa de Jesus, 39, fala do Kit Seca fornecido pela empresa que é contratada, a Sustentare. É fornecida uma bolsa contendo garrafa de água, protetor solar, protetor labial e soro fisiológico.
“Não nos falta água nenhum segundo, a garrafinha fica amarrada na bolsinha com o kit que eles nos deram. Ultimamente o sol estava muito quente, agora deu uma refrescada por causa das chuvas. Sempre foi tranquilo, o alerta que eu deixo é que nunca esqueçam de tomar água e sempre usem o boné”, destaca a gari.
Em relação ao horário, a empresa já era adepta do início do turno a partir das 6h. Para Ulisses Maciel de Souza, 38, é um bom período pela menor exposição ao sol.
“Como a gente entra mais cedo, toma menos sol. Eles cedem esses kits quando o período está quente e estamos usando. A segurança e a empresa nos passaram que temos que nos hidratar bem e até agora não soube de nenhum caso de alguém daqui passando mal pelo calor”, disse o trabalhador.Há, aproximadamente, 4.900 funcionários em todos os contratos de empresas da área de limpeza urbana no DF. Os representantes do SLU afirmam que é feito um trabalho junto às empresas, com profissionais que acompanham esses contratos.
“Qualquer descumprimento contratual implica a abertura de um processo de apuração. E, se for constatado que houve quebra contratual, a empresa recebe desde advertências até multas milionárias”, pontua a chefe da Unidade de Mediação e Monitoramento do SLU.
Denúncias podem ser feitas por meio da ouvidoria do SLU. “Nós temos serviço de atendimento médico primário, caso eles necessitem, além deles terem direito a um horário de almoço, com orientação que seja entre 12h e 13h”, reforça o coordenador de coleta e limpeza, Francílio Ribeiro.