Futurista aposta na morte da morte

28/09/2023 07:58

Há alguns anos, José Luis Cordeiro, engenheiro venezuelano formado pelo prestigioso Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), lançou o livro “A morte da morte: a possibilidade científica da imortalidade”, em parceria com David Wood. De lá para cá, está cada vez mais convencido de que, em 20 ou 30 anos, conseguiremos tal façanha:“Na História da humanidade, a morte é justificada, legitimada, tanto que o principal obstáculo a ser vencido é a mentalidade das pessoas. O futuro começa em nossas mentes.”

Integrante do The Millennium Project, instituição que faz projeções para o futuro, Cordeiro escreve sobre inteligência artificial, tratamentos com células-tronco, terapias gênicas e todo o arsenal que vem sendo desenvolvido por cientistas. Há uma semana, assisti a uma palestra on-line, ministrada para a Universidade Nacional de Singapura, na qual esbanja otimismo:

“A ciência e, principalmente, a biologia, está dando passos exponenciais. Através do mapeamento genético, podemos conhecer as causas potenciais de nosso adoecimento e morte, e deixaremos de morrer ao prevenir essas doenças. Veremos mágica nos próximos anos”, diz, referindo-se a Arthur C. Clark, autor de obras de ficção científica que afirmava que uma tecnologia avançada não se distingue de mágica.
Enfatiza que, mesmo diante do desafio das mudanças climáticas, o mundo de hoje é um lugar melhor para se viver: “Há mais acesso à saúde e educação, e mais ética”. Lembra que, em 1900, a expectativa de vida não chegava a quatro décadas, mas baterá a marca de 100 anos em 2040. Acrescenta que o sequenciamento do genoma humano, realizado em 2003, custou US$ 3 bilhões, mas será feito em uma hora e por cerca de dez dólares em 2028.

Cordeiro integra o movimento conhecido como transumanismo, que propõe aumentar a capacidade humana com o uso da tecnologia. Esse grupo defende que, como o envelhecimento está relacionado ao surgimento de inúmeras doenças, avanços na área do rejuvenescimento das células poderão nos manter imunes a enfermidades, como explica:

“A Covid-19 nos mostrou como a população idosa é a mais vulnerável, e também para influenza, Alzheimer, câncer, osteoartrite, catarata e doenças cardiovasculares. No entanto, gastamos 80% dos recursos com as enfermidades do fim da vida. Temos que investir na longevidade, que representa um mercado de US$ 367 trilhões. Parar de envelhecer vai ser um ótimo negócio para a economia, deveríamos transformar 1º. de outubro no Dia Internacional da Longevidade.”