'Fui levado ao erro pelas autoridades da segurança', diz Ibaneis após STF formar maioria para mantê-lo afastado pelo prazo inicial de 90 dias
Governador afirmou que respeita decisão do Supremo e que aguarda fim das apurações para que 'verdade seja restabelecida'. Determinação do ministro de Alexandre de Moraes ocorreu após bolsonaristas radicais invadirem e depredarem sedes dos três poderes da República.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse, nesta quarta-feira (11), que foi "levado ao erro pelas autoridades da segurança" após o Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria para manter decisões do ministro Alexandre de Moraes tomadas em decorrência do vandalismo promovido por bolsonaristas radicais em Brasília. Entre as determinações, está o afastamento de Ibaneis do cargo de governador do Distrito Federal pelo prazo inicial de 90 dias.
"Recebo com serenidade e respeito a decisão do STF e aguardo que toda apuração chegue o mais rápido possível ao seu final para que assim a verdade seja restabelecida", disse o governador.
Ibaneis disse ainda que tem "a consciência tranquila" e que não foi "conivente com qualquer ato criminoso". "Sigo confiante em Deus e na Justiça".
No lugar de Ibaneis, assumiu a vice-governadora Celina Leão (PP). Após os ataques em Brasília, a governadora participou de reuniões com os chefes do Executivo do Brasil e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
STF analisa decisões
Além de formar maioria para manter o afastamento de Ibaneis por pelo menos 90 dias, o STF também se posicionou a favor da determinação de prisão preventiva do ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres e do ex-comandante da PM do DF Fábio Augusto Vieira.
O Supremo começou a julgar as decisões nesta quarta-feira (11) no plenário virtual. Além do próprio Moraes, votaram a favor das medidas os ministros:
Gilmar Mendes
Edson Fachin
Cármen Lúcia
Dias Toffoli
Luís Roberto Barroso
Luiz Fux
Ricardo Lewandowski
Também estão sob análise do plenário medidas de investigação tomadas horas depois dos atos de violência de bolsonaristas radicais na Praça dos Três Poderes. O julgamento deve terminar às 23h59, mas pode ser interrompido por pedidos de vista (mais tempo para análise) ou de destaque (julgamento presencial).