'Eu me vi morta', diz ex-companheira de homem investigado por feminicídio
Marcus Renato de Sousa da Silveira é suspeito de ter assassinado Elaine Vieira de Jesus Dias de Oliveira. Caso de Elaine havia sido registrado como 'morte por engasgo'.Além de ser suspeito de feminicídio, Marcus Renato de Sousa da Silveira, de 44 anos, é apontado por uma ex-companheira como agressor. O homem foi preso em Samambaia, na segunda-feira (17), acusado de matar a namorada Elaine Vieira de Jesus Dias, de 35 anos – um caso que, inicialmente, era investigado como "morte por engasgo"“Eu me vi naquela cena ali. Eu me vi morta ali. Eu senti a dor que essa mulher sentiu, porque foi o mesmo relato. O que ele fez com essa mulher, ele fez comigo”, diz ex-companheira de Marcus.A mulher afirma que foi agredida por Marcus quando era companheira dele. "Ele me segurou nas costas pelo lado de trás e começou a me enforcar e eu cai na cama. Quando eu caí na cama, ele começou a me enforcar e começou a me dar soco na cabeça", diz a vítima.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSPDF) registrou, até 11 de julho de 2023, 20 feminicídios, mais do que em todo o ano passado, quando foram registrados 17. A mulher que escapou de Marcus Renato, acredita que sobreviveu porque se afastou do agressor.
"Poderia ser eu. Poderia ser a minha família que estava chorando. Então, nós mulheres tem que nos unir, sim. E dizer não a violência doméstica", afirma.A reviravolta no caso de Elaine
Elaine Vieira de Jesus Dias namorou por nove meses com Marcus Renato de Sousa da Silveira. Em 22 de março, os dois estavam na casa dele, em Samambaia.
Às 7h, Marcus ligou para o SAMU e disse que Elaine tinha se engasgado com um pedaço de carne. Ela foi levada para o Hospital Regional de Samambaia com parada cardiorrespiratória e morreu horas depois.Quase quatro meses depois, Marcus Renato de Sousa foi preso e indiciado por feminicídio. O caso teve uma reviravolta depois que a polícia analisou os laudos médicos sobre a morte de Elaine.
Os exames mostraram que a mulher tinha marcas de estrangulamento e hematomas nos cotovelos, nos joelhos e no pescoço. Além disso, testemunhas contaram que ouviram o casal brigando na noite do crime.
A polícia também desconfiou do fato de Marcus Renato não ter ido ao velório e ao enterro da vítima. A prisão dele é temporária, por 30 dias, mas a polícia afirma que pode ser convertida para preventiva ao fim desse prazo.
De acordo com a 26ª DP, de Samambaia Norte, Marcus Renato de Sousa Oliveira foi preso em 2020 por crime relacionado à Lei Maria da Penha, contra uma ex-companheira.