Em Davos, Haddad diz que Brasil leva ao mundo recados político, econômico e ambiental

16/01/2023 12:16

Juntamente com a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, Fernando Haddad representa o Brasil no Fórum Econômico Mundial, que reúne na Suíça a elite financeira e política mundial.

O ministro da Economia, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (16) em Davos (Suíça) que pretende levar recados do Brasil ao mundo: de apoio à democracia; de retomada do crescimento com atenção às contas públicas e de sustentabilidade ambiental.

O Fórum de Davos acontece nesta semana, entre 16 e 20 de janeiro, na Suíça. Além de Haddad, o Brasil também estará representado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no encontro.

Em rápida conversa com jornalistas, o ministro da Fazenda disse que há vários encontros previstos com autoridades de outros países.

"São encontros muito rápidos e uma frequência enorme. Mais de uma dúzia de encontros em dois dias", declarou.

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). — Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). — Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Recados do Brasil
Segundo o ministro da Fazenda, são três os recados que o Brasil pretende levar a Davos.

"O recado político, que a questão democrática, compromisso do Brasil em dar suporte para essas jornadas democráticas que o mundo está vivendo, sobretudo na América do Sul, mas reforçando o compromisso do Brasil com o combate a todo tipo de extremismo que vem dando a tônica no último período", disse.

No dia 8 de janeiro, bolsonaristas radicais, golpistas e criminosos invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília. Mais de mil pessoas foram presas.

Na economia, Haddad disse que falará sobre a retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal e ambiental e justiça social. "Modelo de economia que estamos defendendo", declarou.

Pacote econômico
Na semana passada, a equipe econômica do governo Lula anunciou as primeiras medidas para tentar reduzir o rombo das contas públicas neste ano e conter a alta na dívida do setor público. As principais ações visam ao aumento de arrecadação.

Entre as medidas, está um novo programa de parcelamento extraordinário de dívidas, chamado de "Litígio Zero", nos moldes dos antigos programas conhecidos como Refis.
Também está previsto o fim do voto de desempate no Carf a favor dos contribuintes (veja mais detalhes abaixo).
Retirada do ICMS da base de cálculo dos créditos tributários de Pis/Cofins, ou seja, o crédito tributário a que o contribuinte tem direito vai diminuir. A medida pode aumentar a arrecadação em R$ 30 bilhões.
Com as ações anunciadas, o Ministério da Fazenda estima que as contas do governo registrarão um rombo menor do que R$ 100 bilhões em 2023, algo como 1% do PIB. O orçamento de 2023, aprovado pelo Legislativo, contempla um rombo bem maior, de R$ 231,5 bilhões neste ano.

Ao ser questionado nesta segunda-feira em Davos sobre a ansiedade do empresariado e dos investidores sobre as medidas, o ministro Haddad afirmou que ela será "naturalmente" controlada pelo fato de que ações a serem tomadas vão na direção que o presidente Lula anunciou durante a campanha.