Durante homenagem a Caio Bonfim, GDF anuncia reforma de estádios e ampliação de modalidades no Bolsa Atleta
O medalhista olímpico foi reconhecido com uma placa entregue pelo governador Ibaneis Rocha em solenidade no Palácio do Buriti
“Nós temos trabalhado com as nossas secretarias, em especial Esporte e Lazer e Educação, para incentivar cada vez mais os esportes no DF”, declarou o governador. “Desde 2019, a gente vem fazendo um grande investimento, reformando todos os campos sintéticos, fazendo entrega de material esportivo para a criançada; e ter a oportunidade de ter um medalhista do nível do Caio aqui da nossa cidade nos deixa muito felizes.”
Durante a visita, o líder do Executivo parabenizou o atleta pela conquista inédita para o Brasil na modalidade: “Nós vamos continuar investindo no esporte, porque esse é o caminho para a libertação de várias crianças e adolescentes, e nós temos certeza que esse é o caminho correto”.Reformas
Caio comemora: “Hoje posso dizer que sou medalhista olímpico morando, vivendo e treinando em Brasília. Até os adversários sabem que esse programa funciona, que é bom, que é importante”
Em cumprimento ao cronograma de reforma dos equipamentos esportivos do DF, os estádios Augustinho Lima – onde Caio Bonfim treina –, Joaquim Domingos Roriz (Rorizão) e Maria de Lourdes Abadia (Abadião) vão passar por intervenções. “Desde o início do ano, [essa reforma] já estava no nosso planejamento”, explicou o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira. “Nós vamos atuar diretamente já em setembro para deixar todos os nossos espaços esportivos aptos, principalmente no Augustinho Lima, porque hoje é um estádio que não está apto para jogo”.
Em seu discurso, Caio Bonfim lembrou que o apoio recebido foi determinante para que ele não precisasse se mudar de Brasília para seguir no esporte: “Hoje posso dizer que sou medalhista olímpico morando, vivendo e treinando em Brasília. Um dos meus adversários, eu encontrei lá [em Paris] e falei: ‘você vai para a competição X?’. Aí ele disse: ‘não, eu não tenho o Compete [Compete Brasília, programa da Secretaria de Esporte e Lazer do DF]. Até os adversários sabem que esse programa funciona, que é bom, que é importante”.
“Nós vamos atuar diretamente já em setembro para deixar todos os nossos espaços esportivos aptos, principalmente no Augustinho Lima, porque hoje é um estádio que não está apto para jogo”
Renato Junqueira, secretário de Esporte e Lazer
O atleta não poupou elogios ao programa do GDF: “A nossa Bolsa Atleta é quase o dobro da do governo federal. Você vê o tanto que ela é relevante. Então, quando você tem essa segurança, você tem oportunidade. E foi o que aconteceu. Muito obrigado por todo esse apoio, incentivo, e que a gente possa usar essa medalha como ponte para conseguir ainda mais medalhas para o Brasil”.
Trajetória olímpica
Essa é a quarta participação do atleta nos Jogos Olímpicos. A estreia foi em Londres 2012, quando ele ficou na 39ª posição. Em 2016, no Rio de Janeiro, Caio havia conquistado o melhor resultado até então, a quarta colocação. Em 2021, esteve em Tóquio e terminou a competição em 13º lugar. Em Paris, este ano, atingiu a melhor marca do Brasil em uma prova de marcha atlética ao ficar na segunda colocação.
“Tenho que descansar, porque esse ano foi muito forte, então tenho que ter calma nesse processo, mas já estamos trabalhando, porque as responsabilidades estão chegando e essa medalha está cada dia mais pesada – e o atleta resolve treinando”
Caio Bonfim, atleta medalhista
Desde o início da carreira, Caio Bonfim é apoiado pelo GDF. Ele é beneficiado pelos programas Bolsa Atleta, que garante recursos para a manutenção de atletas em atividade esportiva, e Compete Brasília, que concede transporte aéreo e terrestre para atletas em alto rendimento participarem de competições nacionais e internacionais.
Duas viagens patrocinadas pelo Compete Brasília foram essenciais para a trajetória olímpica de Caio: a Varsóvia, na Polônia, prova que garantiu o índice que classificou o atleta para as Olimpíadas; e a Taicang, na China, quando bateu o recorde brasileiro em uma prova internacional. Agora, o foco do atleta é na competição mundial de atletismo em 2025.
“Tenho que descansar, porque esse ano foi muito forte, então tenho que ter calma nesse processo, mas já estamos trabalhando, porque as responsabilidades estão chegando e essa medalha está cada dia mais pesada – e o atleta resolve treinando”, completou o brasiliense.
O início de Caio Bonfim no atletismo também passou por incentivo público. Ele começou a praticar a marcha no Centro de Iniciação Desportiva (CID), vinculado à Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE) com incentivo do pai, João Sena. O programa democratiza o acesso ao esporte aos estudantes da rede pública de ensino.
Incentivo ampliado
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, fala mais sobre o programa: “A rede pública tem professores de educação física que descobrem aquelas crianças que têm um potencial para seguir no esporte de alto rendimento, e elas vão para o CID ou para o Centro Integrado de Educação Física [Cief]. De lá já saíram vários talentos, inclusive o Joaquim Cruz [corredor de meia distância e campeão olímpico] treinava no Cief”.
Além de Caio Bonfim, o DF teve outros três medalhistas olímpicos cuja atuação resultou em um desempenho histórico. São eles, Ketleyn Quadros e Guilherme Schimidt, que ganharam bronze no judô por equipes, e Gabi Portilho, que ficou com a prata no futebol feminino junto à seleção brasileira.
Para incentivar ainda mais esportistas, o governo vai ampliar o Bolsa Atleta. O objetivo é estender a cobertura para mais modalidades, contemplando esportes que se tornaram olímpicos ao longo dos anos. “Queremos fazer uma modernização da legislação do Bolsa Atleta, que é uma lei de 1999”, anunciou o secretário de Esporte e Lazer. “Já estamos fazendo todo um levantamento e vendo o impacto orçamentário [da inclusão de novas modalidades]. Isso possibilita que os nossos atletas tenham capacidade financeira para que, no próximo ciclo olímpico, cheguem com oportunidade”.
Recepção calorosa
Na sexta-feira (9), Caio Bonfim voltou a Brasília após sete semanas longe de casa, entre a preparação e o período dos jogos. A recepção foi bastante calorosa, com o atleta sendo recebido por familiares, amigos e admiradores no Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek, pelas ruas de Sobradinho e na sede do Centro Olímpico e Paralímpico (COP) da cidade.