Cras Móvel leva programas sociais aos moradores do Núcleo Rural Jardins

16/08/2024 07:22

As equipes multidisciplinares atenderam cerca de 40 famílias da região rural do Paranoá nesta quinta (15), facilitando o acesso da comunidade local a ações e benefícios do Governo do Distrito Federal

Levar serviços essenciais para áreas remotas ou de difícil acesso é uma das premissas do Cras Móvel, que atendeu moradores do Núcleo Rural Jardins, no Paranoá, nesta quinta-feira (15). A eles foram ofertados programas como o Prato Cheio e outras ferramentas que levam dignidade à população do Distrito Federal.
Servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social atendem moradores do Núcleo Rural Jardins, no Paranoá | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Porta de entrada da proteção social básica, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) é destinado ao atendimento assistencial de famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social. Entre os beneficiados pela pasta, está a dona de casa Luzia Pereira Tiago, 44, que é utilitária do Cartão Material Escolar e do Prato Cheio. Com dois filhos na escola, ela ressaltou a importância do atendimento para a família.

“Desde a sua criação, em 2021, o Cras Móvel tem desempenhado um papel importante na garantia de direitos de comunidades que ficam em regiões distantes, de difícil acesso e de famílias vulneráveis com dificuldade de locomoção até o Cras mais próximo”

Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social

“Quando os servidores vêm é uma bênção, porque a gente não precisa se deslocar para tão longe ou agendar, aqui é difícil o sinal de telefone. E os programas ajudam em tudo, não falta nada para os meus filhos, desde materiais a roupas. Tem até como comprar um tênis e manter os filhos bem arrumados na escola, eu só tenho que agradecer”, declarou.

“Desde a sua criação, em 2021, o Cras Móvel tem desempenhado um papel importante na garantia de direitos de comunidades que ficam em regiões distantes, de difícil acesso e de famílias vulneráveis com dificuldade de locomoção até o Cras mais próximo. A equipe recebe a população, faz escuta qualificada, identifica as demandas e leva a política de assistência social a locais que, normalmente, não têm esses atendimentos. O Cras Móvel fortalece a rede de proteção social do DF”, observou a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra.

Beneficiária do Cartão Material Escolar e do Cartão Prato Cheio, a dona de casa Luzia Pereira Tiago destaca a importância do Cras Móvel para facilitar o acesso a serviços públicos

Com a filha pequena no colo, a dona de casa Helian Chagas Santos, 25, também mora na região e reforçou que a facilidade de acesso proporcionada pelo atendimento itinerante faz toda diferença. “É muito importante para a gente, fica mais próximo e está ajudando muito a comunidade. Ficou bem mais fácil, agiliza o processo e tiramos dúvidas, porque às vezes a gente tenta entrar nos sites e não consegue a informação que precisa. E os servidores são muito educados e pacientes com a gente”.

De acordo com a gerente do Cras Móvel, Simone Campos, o deslocamento até a região dos Jardins ocorre sempre na 2ª quinta-feira do mês e vai até dezembro deste ano. Nesta quinta (15) as equipes iniciaram o atendimento na parte da manhã e encerraram às 17h, atendendo cerca de 40 famílias no escritório da Emater dos Jardins. Entre junho e agosto de 2024 já foram mais de 240 pessoas atendidas na região.

A gerente do Cras Móvel, Simone Campos, disse que a equipe busca entender as necessidades de cada família

“É um atendimento integral onde todas as demandas são atendidas por escuta, assim entendemos a necessidade de cada família. O diferencial é ir onde a pessoa está, porque esse núcleo rural, por exemplo, está a 70 quilômetros do Plano Piloto e essas famílias têm dificuldade em acessar o serviço ou mesmo ir até a cidade. Geralmente passa um ônibus na parte da manhã que só retorna no final do dia, então é difícil para quem tem criança fazer esse deslocamento todo”, explica a gerente.

Histórico do programa

“A parte social é sempre uma demanda que a gente recebe dos produtores”, afirma Eder Andrade Ribeiro, assistente administrativo da Emater

Entre janeiro e julho deste ano, o Cras Móvel já atendeu mais de 6 mil pessoas no DF. A pasta também disponibiliza visitas domiciliares para pessoas com deficiência (PcDs), que podem possuir alguma dificuldade de locomoção. “E esse atendimento não encerra aqui, porque às vezes a família precisa de uma escuta maior, então a gente faz o atendimento remoto também, com especialistas que entram em contato com a família”, acrescenta Simone.

Gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), a iniciativa compõe a rede das 32 unidades do Cras do DF, atuando de forma itinerante na oferta de serviços socioassistenciais a comunidades de áreas rurais e com dificuldade de locomoção.

No equipamento público, a população recebe atendimento no âmbito do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) e as equipes multidisciplinares atuam na acolhida, oficinas com famílias, ações comunitárias, acompanhamento familiar, visitas domiciliares, ações particularizadas e mutirões de atendimentos, bem como encaminhamentos para outras políticas, quando se fizer necessário.

Existe, ainda, uma parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), que cede os diversos escritórios espalhados nas áreas rurais para as equipes do Cras que atendem a população local.

“A parte social é sempre uma demanda que a gente recebe dos produtores. Antes esse atendimento móvel era realizado duas vezes por ano, mas percebemos que mês a mês seria melhor. Isso também é bom para desafogar a fila do Cras, porque a maior parte dos atendimentos gira em torno de benefícios sociais e aposentadoria rural”, afirmou Eder Andrade Ribeiro, assistente administrativo da Emater.

Atualmente a equipe do Cras Móvel conta com 15 servidores agentes sociais, duas especialistas em assistência social (uma psicóloga e uma assistente social) e a gerente, que também é servidora da Sedes (psicóloga). No total, são feitos aproximadamente 1.200 atendimentos mensais à população do DF.