Comércio varejista registra queda em agosto, mas acumula alta de 5% no ano
O comércio varejista brasileiro sofreu uma retração em agosto, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pesquisa Mensal de Comércio revelou uma queda de 0,3% nas vendas em relação ao mês de julho, com sete dos oito setores avaliados apresentando retorno. No entanto, o setor acumula uma alta de 5,1% ao longo de 2024, diminuindo a estabilidade no segundo semestre.
Entre os setores que mais registraram queda em agosto estão artigos de uso pessoal e doméstico (-3,9%), livros, jornais e papelaria (-2,6%), e equipamentos de escritório e informática (-2,0%) . Também incluíram retração móveis e eletrodomésticos (-1,6%), tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), combustíveis e investimentos (-0,2%), e supermercados (-0,1%).
Retração do comércio em agosto:
Artigos de uso pessoal e doméstico: -3,9%
Livros, jornais, revistas e papelaria: -2,6%
Equipamentos de escritório e informática: -2,0%
Móveis e eletrodomésticos: -1,6%
Tecidos, vestuário e calçados: -0,4%
Combustíveis e Lançamentos: -0,2%
Supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,1%
Na capital federal, o impacto da queda foi sentido pelos empresários do setor de variedades. Iran Silva, dono de uma loja de variedades há dois anos, relatou uma queda significativa nas vendas nos últimos meses. “As vendas são muito lentas, o comércio está super parado”, afirmou o empresário, que precisou demitir dois funcionários para manter o negócio funcionando.
Apesar do desempenho negativo em agosto, o acumulado do comércio varejista ao longo de 2024 é positivo, com alta de 5,1% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os economistas esperam uma melhoria nos índices até o final do ano, impulsionada por políticas públicas que incentivaram o consumo no país.
De acordo com o economista Victor Almeida, as medidas adotadas pelo governo em 2024 ajudarão a movimentar a economia, embora não sejam sustentáveis no longo prazo. “Essas ações geram espaço financeiro para a população adquirir produtos e serviços”, explicou.
Entretanto, o cenário econômico para 2025 ainda é incerto. “Nossa preocupação se volta para o início do próximo ano, quando devemos sentir os impactos de políticas econômicas e ajustes no mercado”, alertou o economista.
O comércio segue em uma trajetória de recuperação, mas o futuro dependerá de fatores econômicos e da continuidade de incentivos para o consumo no país.
Francisco Coelho